A empresa alemã Schering e sua rival holandesa Akzo Nobel anunciaram na quinta-feira que unirão forças para desenvolver uma pílula anticoncepcional masculina. O produto deve chegar ao mercado em cinco ou sete anos.Mais de 50 anos depois da criação dos primeiros contraceptivos orais femininos, os laboratórios acreditam ter descoberto uma forma de produzir uma pílula hormonal viável para homens.
"A possibilidade de um controle hormonal da fertilidade masculina será mais uma opção de escolha de contraceptivos disponíveis aos casais", afirmou Werner-Karl Raff, diretor do setor de Controle de Fertilidade e Terapia Hormonal da Schering, em um comunicado. "Estamos otimistas em preencher essa lacuna no futuro."
Até recentemente, a Schering e a Organon, unidade de drogas Akzo Nobel, vinham trabalhando em projetos concorrentes. Agora, elas pretendem unir forças em uma área que vem sendo desprezada por outras companhias farmacêuticas, céticas quanto ao mercado potencial.
A colaboração teve início com a criação de um ensaio clínico multicêntrico de fase 2, estágio intermediário de testes. Os estudos de fase 3, a última, que envolve um grande número de pacientes, serão iniciados quando o atual programa for concluído com sucesso.
O desenvolvimento de uma pílula masculina é muito mais difícil do que a criação de uma feminina, pois um homem gera cerca de 1.000 espermatozóides por minuto, enquanto que uma mulher normalmente libera apenas um óvulo por ciclo.
Mas cientistas da Organon já produziram um protótipo de pílula masculina eficaz, ao usar um hormônio sintético que suprime a produção de espermatozóides, combinado à testosterona de liberação lenta.
A pílula masculina não deve substituir a feminina, mas pode ser útil quando a mulher não pode mais tomar o medicamento, devido à hipertensão ou a outros efeitos colaterais.