Previdência Privada

10 de janeiro de 2006
Renda vitalícia requer planejamento minucioso

O início de um plano de previdência privada requer planejamento cuidadoso para evitar problemas. Você não deve sacar os recursos antes do início da aposentadoria para reduzir ao máximo o Imposto de Renda sobre o capital ou ganho, não deve sacar recursos no curto prazo, sobretudo, nos planos com tributação regressiva, sob pena de perder 35% do capital.

É importante também não interromper os depósitos para não comprometer os planos de aposentadoria. Deve tomar cuidado com as taxas cobradas, de administração e carregamento, que podem reduzir significativamente o capital acumulado, e a taxa de saída para poder migrar para planos mais favoráveis, se quiser. Deve optar por planos conservadores de renda fixa, sobretudo, no final do período de acumulação, para não correr riscos desnecessários que comprometam seus planos.

Além disso, deve iniciar o plano o mais cedo possível, reduzindo o valor a ser depositado mensalmente para usufruir a renda desejada. Quanto mais você adia o começo, mais dinheiro precisará poupar para ter a mesma aposentadoria. Depois de todas essas questões verificadas e outras possíveis, você ainda precisará escolher a forma que pretende receber o benefício, quando se aposentar. A grande maioria dos planos novos, senão a totalidade, utiliza o sistema de contribuição definida, em que a renda mensal temporária ou vitalícia é definida no momento da aposentadoria e conforme o saldo acumulado no fundo.

Se optar pela renda vitalícia, terá de se defrontar com mais uma leva de questões importantes. Essa modalidade significa que você vai receber o rendimento definido por toda a vida. Nos planos de renda temporária, o volume acumulado vai caindo conforme os anos vão passando e, se você viver muito, pode ficar sem rendimento em algum momento. Na renda vitalícia não. Mas, essa garantia vai lhe custar mais caro.

Risco - Quem vai garantir o pagamento, de acordo com a longevidade, é a seguradora. Lembre-se, porém, que ela não vai correr riscos à toa e usa uma tábua de idade para estimar um período provável de vida do participante e quanto ele precisaria acumular para receber a aposentadoria até lá. Conforme o volume acumulado por você, a seguradora definirá qual poderá ser sua renda vitalícia até essa idade. Por esse critério, quanto mais tempo você usufruir do benefício, pior para a seguradora.

Por isso, a renda a ser recebida na aposentadoria vitalícia poderá ser menor do que se a opção for pela temporária, em que você apenas usa o capital acumulado, como se fosse sacando recursos mensalmente de um fundo de investimento. Como o valor retirado mensalmente será maior do que o rendimento do capital, a reserva vai caindo, até zerar, caso você viva muito. Porém, se você falecer logo após o início do recebimento da aposentadoria, seus beneficiários ficarão com o capital restante. Na renda vitalícia, vai para a seguradora.

Você pode ainda tomar alguns cuidados, como incluir beneficiários para receber a renda vitalícia. Porém, quanto mais jovem for a pessoa indicada, mais cara será a compra desse benefício, ou seja, sua renda será ainda menor. Também existem alternativas, como a renda vitalícia por um prazo mínimo garantido e a reversibilidade a um beneficiário, mas esses "seguros" também terão custo alto para o aposentado.
(Da Redação do DiárioNet)