Masao Omuro

Cidade de Fukushima.

Ohmuro chora ao relatar seu drama. Foto: Ricardo Matsukawa / Terra

“Não quero ser um fardo”

Ao falar da separação da mulher, do filho e do neto, Masao Omuro quase deixa cair uma lágrima. Resiste ao choro, mas não esconde a tristeza de estar sozinho em um abrigo em Fukushima, pois não quer ser “um fardo” para os parentes. “Eu morava a 3 km da usina. Fugi com um dos 10 ônibus que saíram da região. Primeiro, fui para (a província de) Saitama (região próxima de Tóquio), depois, para Kariwacho. Dali, para Kawamata e depois, Fukudacho. Mas nestes lugares, não havia água nem comida. Aí, parentes me trouxeram até Fukushima. Ganhei estas roupas que estou usando aqui. Tenho amigos e parentes na cidade, mas não quero atrapalhar, porque faltam água e gás, e aqui no abrigo, tem. Agora estou preocupado porque tomei água em casa, antes de sair, e pode estar contaminada.”

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