Da alegria ao terror, a tragédia do Gran Circus

Demétrio Rocha Pereira

O salto triplo prestes a ser executado no Gran Circus Norte-Americano, na Niterói (RJ) de 17 de dezembro de 1961, preparou os 3 mil espectadores para perigos mais distantes que os que se seguiriam. O fogo ganhou rapidamente uma tenda que, erguida para cercar o riso, se verteu em uma arena infernal de fumaça e chuva de tecido em brasa. Os passos desesperados das famílias e a fuga pesada da elefanta Semba desconheceram um chão de caídos.

Se a correria deixou a sua cota de pisoteados, as chamas abateram a maior fatia dos 503 mortos, número oficial da prefeitura e contestado até hoje. A comoção chegou à Brasília de João Goulart e ao Vaticano do Papa João XXIII, o acidente ganhou contornos de crime, e a culpa recaiu sobre um ex-funcionário do circo que teria desforrado a demissão acabando com o espetáculo. Meio século depois da maior tragédia sob as lonas dos circos do mundo, o Terra relembra o caso.

Para ler mais:

- KNAUSS, Paulo. A cidade como sentimento: história e memória de um acontecimento na sociedade contemporânea — o incêndio do Gran Circus Norte-Americano em Niterói, 1961. Rev. Bras. Hist., vol. 27, nº 53. São Paulo, jan./jun. 2007.

- PITANGUY, Ivo. Aprendiz do tempo: história vivida. 3ª impressão. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2007.

- VENTURA, Mauro. O espetáculo mais triste da terra: o incêndio do Gran Circo Norte-Americano. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.

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