Críticas ao regime

Fotos e pinturas de líderes religiosos e do governo estão por todas as partes do Irã

Não há nada que o regime iraniano gostaria mais do que poder manter a imagem de um país coeso, que apoia a Revolução Islâmica com uma população leal e fiel ao regime teocrático instalado em 1979. Apesar dos clichês e do controle de informações, poucos são os analistas estrangeiros que não contestam os fatos divulgados pelo governo persa – especialmente após os embates de 2009, quando milhares de pessoas saíram às ruas para protestar contra a reeleição, possivelmente manipulada, do atual presidente do país, Mahmoud Ahmadinejad.

O regime iraniano controla com mão de ferro as liberdades individuais, de expressão e de manifestação no país – geralmente sob a guisa da lei islâmica ou sob o pretexto de manter a segurança nacional. Há milhares de dissidentes políticos nas prisões do país e na lista de execuções.

Diplomatas ocidentais baseados em Teerã confessam que entre os sinais mais bárbaros no país está a prática de execuções públicas, onde o condenado é sufocado ao ser alçado pelo pescoço por um guindaste em praça pública. “Muitas vezes a pessoa não morre instantaneamente e fica sofrendo e se debatendo por vários minutos, tendo que até ser descida e alçada ao ar novamente em algumas ocasiões”, conta um diplomata que prefere não ser identificado.

Divulgar ou expressar de forma pública opiniões contra o regime ou o clero torna qualquer pessoa passível de prisão. Nos casos mais graves, prisões domiciliares são comuns, além de sentenças de morte muitas vezes baseadas em falsas acusações ou execuções sumárias encobertas pelo regime.

A intromissão e ingerência do governo se estende a todos os campos da vida da população. A Internet, por exemplo, é controlada, e o governo restringe a velocidade de acesso. Regras islâmicas se aplicam aos alimentos que podem ser consumidos no país, ao modo como as pessoas se vestem e ao direito à propriedade e à família. Mesmo o direito penal é amplamente baseado nas regras penais da Shari'a.

“As pessoas odeiam esse regime. Eles te perseguem, te proíbem de decidir se você quer ou não seguir preceitos religiosos como não beber álcool, podem te prender sem qualquer motivo ou explicação e não te permitem expressar qualquer opinião que seja contra o governo”, diz um ex-ativista social, que já esteve preso e passou anos exilado na Europa.

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