Desaparecidos da ditadura

Em março de 2012, o Ministério Público Federal (MPF) assinou denúncia contra o coronel da reserva Sebastião Curió pelo crime de sequestro qualificado contra cinco militantes desaparecidos na década de 1970, durante a guerrilha do Araguaia. A tese do MPF considera que o sumiço dos guerrilheiros é um crime ainda em vigor e, portanto, Curió não poderia ser beneficiado pela prescrição ou pela anistia. O argumento foi rejeitado pela vara federal de Marabá (PA), que alegou que o MPF tenta driblar a Lei da Anistia, cujo julgamento está na pauta do Supremo Tribunal Federal (STF).

Os capítulos recentes da luta que quer tirar dos porões da história os crimes da ditadura incluem a instauração da Comissão da Verdade, concebida para esclarecer as violações aos direitos humanos durante o regime. Aprovada pelo Congresso, a lei que cria a comissão foi sancionada em novembro de 2011 pela presidente Dilma Rousseff.

Se de fato cumprir aquilo a que se propõe, a comissão poderá jogar luz em muitos túmulos até hoje sonegados. Após consulta aos arquivos do Centro de Documentação Eremias Delizoicov, da Comissão de Familiares dos Mortos e Desaparecidos Políticos e do Grupo Tortura Nunca Mais, o Terra apresenta as histórias de 15 dentre centenas de brasileiros cujos destinos seguem enevoados em tempos de democracia.