Esquema

Delta

A empresa é apontada pela Polícia Federal como o centro do esquema de corrupção e desvio de recursos públicos. Entre 2006 e 2012, a empreiteira foi a que mais recebeu recursos para executar obras em rodovias federais, uma soma que ultrapassou R$ 3,6 bilhões. A construtora também ganhava contratos com governos estaduais e prefeituras. Segundo as investigações, a construtora ganhava ilegalmente as licitações superfaturadas, sendo beneficiada por agentes públicos e políticos, que burlavam as concorrências.

Agentes públicos e políticos

O esquema montado para desviar verbas contava com ação de políticos, que usavam sua influência para negociar e alterar as concorrências. Os políticos recebiam propina, assim como agentes públicos, ligados a órgãos de governos, que conseguiam fraudar as licitações beneficiando a empresa e o esquema de desvio de recursos. Carlinhos Cachoeira, por suas ligações, seria um fomentador dessas pessoas.

Obras Públicas

Grandes obras viárias pelo país e também da Copa do Mundo tinham a Delta como protagonista. A empreiteira passou grandes e tradicionais empresas do setor após a aceleração do PAC pelo governo federal. Pelas investigações do MP e Polícia Federal, parte das concorrências teria sido fraudada.

Laranjas

Para lavar o dinheiro e operacionalizar o fluxo do desvio, a rede criminosa montou uma grande “plantação” de laranjas. Usando documentos de outras pessoas, os agentes criaram dezenas de empresas de fachada, que recebiam recursos da Delta e movimentavam milhões de reais. Com a quebra de alguns sigilos, já foi possível rastrear quase R$ 400 milhões. Carlinhos Cachoeira, junto com seu grupo, teria articulado a criação de várias dessas empresas.

Bancos

As instituições bancárias não estariam sob investigação, mas recebiam grande fluxo de recursos em contas vinculadas às empresas fantasmas, montadas para acobertar o esquema.

Empresas fantasmas

Montadas pela rede de laranjas, essas empresas de fachada ajudavam a lavar o dinheiro desviado e escondiam as operações escusas da Delta e da organização. A CPI conseguiu identificar 18 empresas até agosto, mas a expectativa é que o número seja muito superior. No papel, a Delta repassava o dinheiro como terceirização dos serviços, como terraplenagem, maquinário e material de construção. Elas, no entanto, não teriam executado qualquer um dos serviços.

Os repasses

Com o dinheiro lavado, os agentes da Delta, incluindo o grupo de Cachoeira, contabilizavam milhões em lucros. Parte dos recursos era destinado a fomentar ainda mais o esquema de corrupção e desvio, ampliando para outros Estados o esquema. A cooptação de políticos e agentes públicos seriam constantes, assim como o benefício de outras empresas, não só da Delta. A CPI, MP e Polícia Federal investigam a possível ligação com o financiamento ilegal de campanhas políticas por partidos.