Mais de 1,5 mil argentinos viajaram ao Brasil para a reunião, que é uma resposta, pelo segundo ano, ao Fórum Econômico Mundial, que costuma acontecer em Davos (este ano é realizado em Nova York).

Uma das organizadoras da delegação do país, Clara Algranati, diz que as políticas impostas pelo FMI arruinaram a economia. "Elas são viáveis para os poucos que enriquecem, assim o capital financeiro pode dominar o mundo. Mas elas não são viáveis para as pessoas que querem viver livremente, exercer seus direitos democráticos e não morrer de fome", disse Clara, socióloga de 28 anos.

Manifestantes de vários lugares do mundo expressaram solidariedade. "A Argentina está sofrendo como ninguém as consequências das políticas neoliberais, especialmente em relação à sua dívida, que obrigou o país a adotar uma série de ajustes estruturais que implicaram cortes nos programas sociais", disse a espanhola Esther Vivas, 26, que participa da conferência de seis dias.

Para a canadense Catherine Vaillancourt Laflamme, "não dá para matar um povo de fome só porque o país não pode pagar a dívida". Ela acha que a Argentina é a demonstração de que "o sistema, como está agora, não funciona".

Cerca de 50 militantes da esquerda brasileira fizeram no domingo uma rápida manifestação que incluiu gritos de apoio ao país vizinho, usado como exemplo de resistência popular, mas também dos erros do capitalismo. Rose Messias, uma manifestante de 25 anos, disse: "O que está acontecendo na Argentina agora é um grande exemplo, porque as pessoas se revoltaram contra um projeto neoliberal que foi horrível para o país, com privatizações, cortes na saúde e educação e desemprego. É o mesmo problema que temos no Brasil".

Reuters

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