FSM deve ser mais democrático e ter espaço para gays
Segunda, 04 de fevereiro de 2002, 17h23
O sociólogo português Boaventura de Sousa Santos pediu a democratização do Fórum Mundial Social durante conferência sobre democracia participativa hoje. "Colegas me informaram que a África e a Ásia estão pouco representadas neste fórum", afirmou o sociólogo, professor da Universidade de Coimbra, ao expor 15 teses para aumentar a democracia no mundo. Ele sugeriu, entre outras coisas, a realização de mais plebiscitos e consultas populares no evento. O professor não foi o único a pedir mais espaço para setores que costumam a ser "esquecidos" pelos governos e pelo Ocidente. A escritora e jornalista canadense Naomi Klein reclamou por ser a única mulher na mesa para discutir movimentos globais no sábado. Grupos gays não gostaram que a sua causa não tenha sido mencionada em um documento do fórum e afirmam que as minorias sexuais não são contempladas no evento. Em sua conferência, Boaventura Santos também defendeu a idéia da "demodiversidade", segundo a qual não há apenas um modelo de democracia a ser seguido, e de que há democracias de baixa intensidade - nas quais instâncias que deveriam ser controladas pelo poder público acabam nas mãos de poderes privados - e de alta intensidade. E completou que a "radicalização da democratização" deve passar pelos níveis federal, estadual e local, sem esquecer do individual. "Isso (a democracia) não se faz com pessoas que são democráticas no espaço público, mas em casa e no trabalho são fascistas."
Reuters
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