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Chomsky estréia no Fórum pedindo escrúpulos

Quinta, 31 de janeiro de 2002, 18h58


A grande estrela do Fórum Social Mundial 2002, Noam Chomsky, mostrou a que veio antes mesmo de proferir a aguardada palestra de abertura, que será nesta sexta-feira às 18h, quando falará sobre "As guerras e a paz no mundo". Hoje, começou a responder a perguntas de jornalistas com um pedido de escrúpulos: "Devemos ser cuidadosos e não classificar o Fórum como contrário à globalização. Lembrem-se que os trabalhadores quando começaram sua mobilização, pediam uma 'internacional'". Também sentenciou: "Ou teremos um mundo sem guerras, ou não teremos mundo nenhum".

O lingüista norte-americano não trouxe receitas prontas nem quis fazer sugestões - "as sugestões e propostas devem partir dos movimentos dos grupos" - mas ofertou um conselho. "Não sigam as ordens", disse ele sorrindo, depois de explicar que terá de ir embora de Porto Alegre mais cedo do que esperava.

O professor Chomsky (dá aulas no renomado Instituto de Tecnologia de Massachussets, nos Estados Unidos) terá de comparecer, na Turquia, a um julgamento "horrível". Um editor turco ousou publicar algumas frases do lingüista a respeito do massacre dos curdos e agora está na prisão. "Antes de 11 de setembro, o governo turco jamais teria a coragem de enviar um editor para a prisão. Agora, até mesmo reprimiu e prendeu estudantes que pediam para ter aulas em sua própria língua".

O filósofo falou sobre os atentados de 11 de setembro e de como eles estão sendo explorados para fortalecer o discurso "dos poderosos" e intimidar quem pensa ou luta por um mundo diferente. Como exemplo desse oportunismo, além do governo turco, citou também Israel que agora conta com o apoio do "chefão de Washington". "O dia 11 de setembro não mudou o mundo. Ele continuou com os mesmo problemas que já tinha antes. A diferença foi o alvo. A violência desta vez atingiu o centro do poder".

A violência, segundo o lingüista, é a arena onde os poderosos são fortes. "Europa e EUA estão familiarizados já com atos dessa natureza. Não conquistaram o mundo sendo generosos e bonzinhos." A fraqueza do poder, diz Chomsky, está no consenso, na construção do interesse público. E é por isso que ele acredita no Fórum Social Mundial como a primeira grande realização de um tipo de globalização diferente, que vai atender aos interesses dos povos.

"Não devemos nos intimidar, a resposta está nas nossas mãos. O FSM me parece ser a verdadeira e real promessa de se construir uma nova ordem internacional, fruto de realizações e de lutas que vêm sendo travadas já há algum tempo". Frear a militarização, encorajar a mídia popular, uma imprensa alternativa e que contemple questões não tratadas pela imprensa oficial. "Não podemos entrar na onda da violência. Devemos ficar onde somos fortes - no debate, no respeito à diversidade e lutar por uma globalização que atenda aos interesses de toda a população."

Eva Mothci/Direto de Porto Alegre

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