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CONFLITOS NOS BÁLCÃS

Conflito nos Bálcãs tem histórico
de confusões religiosas

Janete Abrão *

A onda de violência que atinge os Bálcãs e, especificamente, a crise na Macedônia ameaça o frágil equilíbrio geopolítico regional, isto é, pode causar um enfrentamento étnico e social de grandes proporções na região, o que não pode ser considerado algo novo.

Nos séculos 6º e 7º, os eslavos sérvios instalaram-se na região que hoje abrange Sérvia, Macedônia, Croácia e Bósnia-Herzegovina. Foram convertidos ao cristianismo ortodoxo em meados do século 9º. Fundado no século 12, o reino da Sérvia apossou-se da Albânia e da Macedônia e de partes da Bósnia, Bulgária e Grécia. Em 1389, os turcos otomanos derrotaram os sérvios em Kosovo.

Portanto, no século 14, os turcos otomanos dominaram a Península Balcânica e tomaram Constantinopla. Em fins do século 19, o império otomano começou a ruir. Vários países libertaram-se e os impérios Austro-Húngaro e Russo avançaram suas pretensões sobre o norte da região. O tumulto tomou conta dos Balcãs à medida que cada país tentava se apoderar de uma fatia maior dos antigos domínios otomanos. Em especial, a Sérvia que tornou-se reino em 1878, pela Conferência de Berlim.

Em 28 de junho de 1914, um nacionalista bósnio assassinou o arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono austro-húngaro. Um mês depois, a Áustria-Hungria declarou guerra à Sérvia, dando início à Primeira Guerra Mundial.

Com o final da guerra em 1918, surgiu um efêmero reino de sérvios, croatas e eslovenos. Como o reino foi constituído sob o patrocínio das potências vencedoras da Primeira Guerra, o modelo político adotado foi a monarquia parlamentar.

Em 1941, com a 2ª Guerra, os nazistas invadem a Iugoslávia. A Resistência (incluindo o Partido Comunista, liderado por Josip Broz Tito) lutou contra a ocupação alemã. Após as forças aliadas derrotarem a Alemanha em 1945, a URSS ergueu a "Cortina de Ferro". Entretanto, Tito implantou na Iugoslávia um comunismo não-alinhado ao soviético.

Tito, em 1946, promoveu uma federação de seis repúblicas com direitos iguais: Sérvia, Montenegro, Croácia, Eslovenia, Macedônia e Bósnia-Herzegovina. Percebeu que se não houvesse direitos e deveres iguais para o mosaico de nacionalidades que compunha a Iugoslávia, o país se desintegraria.

Já na década de 70 começou a aflorar a crise econômica na Iugoslávia. O país se endividou para financiar sua sobrevivência em um mundo capitalista. A crise econômica na década de 1980 (inflação, desemprego, recessão, corte dos subsídios) acentuou as diferenças entre as províncias mais ricas e as mais pobres.

Após a morte de Tito não só o socialismo desmoronou. Sem uma ideologia que a mantivesse coesa, e com a Sérvia retomando suas tendências hegemônicas, a Iugoslávia começou a fragmentar-se em violentos conflitos étnicos, sociais e religiosos. Em 1991, a federação se desintegrou. Depois da desintegração da antiga Iugoslávia, quatro de suas seis províncias foram palco de conflitos violentos: Eslovênia, Croácia, Bósnia e Kosovo - província da Sérvia, que junto com o Montenegro, compõe a Iugoslávia atual. De fora dos conflitos estavam a Macedônia e o Montenegro.

Assim, a Macedônia foi uma das poucas nações que escaparam da onda de guerras e conflitos étnicos-religiosos e sociais que varreram os Bálcãs nos anos 90. Hoje, seu governo interétnico está ameaçado pela mais grave crise vivida pelo país.

Os guerrilheiros albaneses dizem estar lutando para melhorar as condições de vida da minoria albanesa na Macedônia (30% da população total da Macedônia); lutam por direitos iguais aos da maioria eslava. Também não podemos negligenciar a questão religiosa. Os rebeldes contam com a adesão da população albanesa também em função de sua crença religiosa, no caso, a religião muçulmana. Já os eslavos são em sua maioria cristãos ortodoxos. Somam-se aqui fatores étnicos, religiosos e sociais.

* Janete Abrão é Professora de História da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)

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