A média de consumo de energia elétrica hoje no País está entre 7 e 8% abaixo do que deveria ser na época do racionamento em 2001. A informação é superintendente de Estudos Econômicos do Mercado da Agência de Energia Elétrica (Aneel), Edvaldo Alves de Santana, para quem o brasileiro aprendeu a economizar energia. "Mesmo com o fim do racionamento, o consumo de energia elétrica não deixou de ser administrado pela população. Hoje em dia, vemos que algumas empresas procuram incentivar o consumo de energia, como por exemplo o uso do microondas", afirmou Edvaldo Santana em entrevista à NBr, canal de TV a cabo da Radiobras.
Atualmente, a reclamação não é mais do consumidor. O período de chuvas elevou o nível dos reservatórios, reduzindo o custo da energia. "O sistema elétrico brasileiro é basicamente hidrelétrico, por isso no período de estiagem há pouca energia elétrica disponível no mercado. Nós observamos que até três meses atrás o preço de energia no mercado era elevado", informou Santana.
Para não prejudicar os distribuidores de energia, o Mercado Atacadista de Energia Elétrica (MAE) funciona como uma bolsa de energia elétrica para comercialização do excedente das empresas distribuidoras. Através de um acordo bilateral com o Mercado, as distribuidoras de energia elétrica são obrigadas a contratar 85% da energia que vão vender a seu consumidor final.
"Se a empresa compra um determinado volume de energia e consome menos, o excedente pode ser vendido no MAE. Se ela precisar de mais energia, deve comprar o que faltou também no Mercado", informou Santana.
Para garantir o funcionamento do sistema elétrico, a Aneel criou o Seguro de Energia Emergencial cobrado mensalmente ao cidadão brasileiro. "Apesar das pessoas reclamarem do aumento da conta de luz, essa é a forma mais viável de proteger a população de um possível racionamento no futuro. O preço mais caro da energia elétrica é não ter energia elétrica", ressaltou.