O governo deve editar uma medida provisória para acabar com o Mercado Atacadista de Energia (MAE) e substituí-lo pelo Mercado Brasileiro de Energia (MBE). Para a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), essa substituição é necessária porque o MAE não funcionou até hoje como deveria e precisa ser reformulado.A agência acredita que o MAE opera insatisfatoriamente porque tem conflitos de interesses. Para eliminar isso, o MBE deverá ter um conselho de administração sem votos cruzados e sem divisão do conselho em categorias. Além disso, o MBE será regulado pela Aneel. O MAE é auto-regulamentado.
A mudança do MAE para o MBE deverá se consolidar até março, segundo apresentação feita há pouco pela Aneel durante reunião da Câmara de Gestão da Crise de Energia Elétrica, no Planalto.
O presidente Fernando Henrique Cardoso concorda com a idéia de acabar com o Mercado Atacadista. Para FHC, o MAE tornou-se o "calcanhar de Aquiles" do sistema energético do país, em razão do seu mau funcionamento. Além disso, o presidente acredita que é preciso "capacidade de planejamento" - o que a regulação pelo governo permitirá - para que haja de fato competição no setor.