O presidente Fernando Henrique Cardoso pode anunciar na próxima quinta-feira, dia 22, as novas metas de redução do consumo de energia prevista no plano de racionamento, que está em vigor desde junho deste ano. A expectativa é que a meta cai dos atuais 20% para 10% para as regiões Sudeste e Centro-Oeste, onde o consumo foi menor do que o esperado e o regime de chuvas tem enchido os reservatórios das usinas hidrelétricas. As metas serão revistas para o período chuvoso, entre dezembro e abril. Serão levados em conta vários fatores para a manutenção ou redução da meta, como a hidrologia, o consumo de energia, a chamada curva-guia (que mede o nível de segurança do abastecimento).
Para o Nordeste, onde a redução de consumo foi de apenas 6% na última quarta-feira, o plano deverá continuar sendo rigoroso. Até porque a chuva na região não está dentro das expectativas da Câmara de Gestão da Crise de Energia (GCE).
Na quarta-feira, o núcleo-executivo da Câmara se reunirá às 10 horas para discutir os novos índices de redução. Somente no dia seguinte, FHC irá bater o martelo sobre o novo período de racionamento. O período chuvoso é fundamental para garantir o abastecimento de energia no próximo ano. É nesta época que os reservatórios armazenam água para o período seco, entre os meses de maio e novembro.
Dessa forma, técnicos do setor não recomendam que o racionamento seja amenizado ou suspenso antes o período de chuvas, exatamente para garantir o abastecimento no ano subseqüente. A Câmara deverá ainda chegar ao índice de reajuste nas tarifas de energia em decorrência das perdas receituais que as distribuidoras alegam ter tido por causa da contigência de energia.