As regiões Sudeste e Centro-Oeste precisarão de mais 1 mil MW para manter o atendimento de energia em 2002. Esta é a proposta que o presidente do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Mário Santos, entregará hoje à Câmara de Gestão da Crise de Energia Elétrica (GCE).A energia extra poderá ser comprada em usinas móveis, pela Comercializadora Brasileira de Energia Emergencial (CBEE), ou terá que ser compensada com a diminuição do consumo.
O cálculo da necessidade de 1 mil MW leva em conta a entrada em operação de usinas termelétricas, a queda voluntária do consumo em 7% devido ao racionamento deste ano e a um nível de chuvas de pelo menos 61% da média história. Nos últimos meses, a média de chuvas tem se mantido em 73%. O governo conta com uma redução voluntária do consumo, no percentual de 7%, assim como aconteceu depois do racionamento no Nordeste, em 1987.
O ONS também estima que os reservatórios do Sudeste e Centro-Oeste vão terminar o ano com pelo menos 25% da capacidade. Nos últimos dias, a capacidade de armazenamento estava na ordem de 21%. Para o Nordeste, o governo já decidiu que irá comprar 1 mil MW. O primeiro lote de 456 MW, em 32 usinas, deve entrar em funcionamento nos próximos 90 dias. O segundo terá um total de 197 MW, em nove usinas, e que entrarão em operação em um prazo de até 150 dias. A CBEE recebeu propostas de instalação de 134 usinas móveis, num total de 5.082 MW.