O consumidor pagará uma conta alta pelo racionamento de energia elétrica. A punição maior pela falta de energia este ano virá em 2002 na forma de um tarifaço. Pelo menos quatro medidas que estão sendo preparadas pelo governo elevarão o valor da conta de luz em 2002.A primeira é relativa à compensação dos prejuízos das distribuidoras, que perderam arrecadação por causa do racionamento. Essas empresas devem ganhar do governo a garantia de um aumento de tarifa não superior a 10%, além do reajuste anual a que têm direito, para compensar um prejuízo de R$ 5,4 bilhões.
Outra conta a ser paga pelo consumidor é do reajuste que será dado às empresas geradoras de energia. Elas alegam que perderam R$ 2 bilhões por causa da compra da chamada energia "livre". É a energia que não está prevista nos contratos iniciais entre geradoras e distribuidoras. Para cumprir os contratos, as geradoras tiveram que comprar energia ao preço do Mercado Atacadista de Energia (MAE), que chega a ser até dez vezes superior do que a energia dos contratos iniciais.
Para diminuir a meta de racionamento no ano que vem, o governo contratará usinas móveis, por um prazo de três anos, para eventuais períodos secos. É a chamada energia emergencial que já foi licitada e o preço do "seguro-racionamento" também será pago pelo consumidor.
O último ponto é a portaria que regulamenta a repasse dos custos não-gerenciáveis para a tarifa. Isso significa um mecanismo de compensação para as perdas que as empresas tiverem com a alta do dólar.