Durou menos de 24 horas a alegria da oposição à venda da Companhia Paranaense de Energia (Copel). O presidente em exercício do Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª Região, em Porto Alegre, desembargador Nylson Paim de Abreu, cassou a liminar concedida à ação popular contra a venda da estatal de energia, cujo leilão está, assim, mantido para o dia 31, na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro.
Ao suspender a liminar da 9.ª Vara Federal de Curitiba contrária à privatização, o desembargador entendeu que o adiamento do leilão poderia causar "grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas". "Enquanto o Fórum Popular contra a privatização dava entrevista coletiva, nós estávamos recorrendo ao Tribunal Regional Federal", disse o secretário de Governo, José Cid Campêlo Filho.
"E derrubamos essa liminar, assim como vamos derrubar todas as que vierem esta semana", garantiu ele. Os autores da ação popular, representando o Fórum Popular, alegaram vícios graves no processo de publicidade da venda das ações da Copel, além de questionarem a audiência pública, que deixou de responder às perguntas dos inscritos. Na Justiça, mais de 80 ações tramitam pedindo a suspensão do leilão de privatização, inclusive uma distribuída como modelo pela internet a todos os interessados.
"Sabemos que isso é uma guerra, mas tem que ser uma guerra limpa, e não como está acontecendo, de colocarem na internet um modelo de petição para atrapalhar o processo de privatização", protestou o secretário, que pretende acionar a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) contra os advogados Guilherme Amintas e André Passos, entre outros. A oposição entende que a distribuição de modelos de ação popular, que não têm custos judiciais, é uma manifestação de cidadania e não pode ser reprimida.