O primeiro mês efetivo de racionamento compulsório do chamado Norte do País - formado pelas áreas do Pará, Tocantins e Maranhão servidas pela usina de Tocantins (PA) -foi positivo, o que garantiu que somente esta região cumprisse a meta de 20% de corte de energia estipulada pela Câmara de Gestão da Crise de Energia (GCE) entre aquelas incluídas no programa. Ali, o racionamento começou em 15 de agosto para empresas eletrointensivas e em 20 de agosto para os demais consumidores. Nestes Estados, a economia média chegou a 20,2% do consumo registrado entre agosto e outubro de 2000.Por outro lado, o Nordeste e o bloco formado por Sudeste e Centro-Oeste não chegaram nem perto da meta. Os nordestinos relaxaram neste mês e garantiram uma redução somente de 16,1% em relação ao consumo médio entre maio e julho de 2000. No Sudeste/Centro-Oeste o resultado foi um pouco melhor, sendo que a queda no consumo chegou a 18,6% no acumulado do mês em comparação ao mesmo período-referência estipulado para o Nordeste.
Assim, essas duas últimas áreas entram no segundo mês consecutivo sem cumprir as metas do racionamento, já que, em agosto, a economia ficou em 18,9% no Nordeste e em 19,5% no Sudeste/Centro-Oeste.
Para tentar reverter essa tendência de relaxamento, a GCE determinou na sua resolução nº 48 que as concessionárias distribuidoras de eletricidade deverão aplicar a partir de agora cortes punitivos aos clientes que não cumprirem suas metas por dois meses consecutivos na proporção de pelo menos 30% do número de restrições ao consumo impostas no ano passado aos consumidores inadimplentes.
A expectativa é de que, com a aplicação de um maior número de cortes em razão do racionamento, os consumidores devam se tornar mais precavidos e cuidar melhor do cumprimento das metas