O governo está avaliando a possibilidade de não implantar este ano o horário de verão, após dezesseis anos consecutivos de aplicação da mudança de relógios. Um assessor da Câmara de Gestão da Crise de Energia (GCE) informou que o governo está avaliando se realmente faz sentido aplicar o horário, uma vez que a sociedade já está sendo muito cobrada com o racionamento. Apesar disso, o Ministério de Minas e Energia elaborou um estudo sobre o horário, prevendo seu início para outubro deste ano. O relatório já foi entregue à Câmara, que cogita a possibilidade de não aplicá-lo. Para isto, a GCE avaliou uma pesquisa popular sobre o horário, para se certificar qual a reação popular após a medida.
O assessor nega que a decisão de não aplicar o horário tenha caráter político, com reflexo, por exemplo, na popularidade do presidente Fernando Henrique Cardoso. Mas ressaltou que o principal objetivo do horário de verão é o desvio do consumo de energia no horário de pico (18 e 22 horas) e não a economia global do consumo. Apesar disso, o horário de verão provocou, no ano passado, uma redução do consumo de 1%.
O assunto, no entanto, não está sendo avaliado hoje pela Câmara que está reunida no Palácio do Planalto desde às 9 horas. No entanto, se houver o horário de verão este ano, a decisão terá que sair ainda esta semana, pois o decreto presidencial tem que ser publicado 30 dias antes do início do novo horário. Desde 1985, o governo nunca cogitou em desistir da aplicação do horário.