O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) será avaliado pela Faculdade de Engenharia Elétrica da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), por meio de uma ferramenta desenvolvida nos últimos dez anos. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), responsável pela regulação e fiscalização do setor, assinou um contrato de consultoria de R$ 200 mil para avaliação do "modelo de despacho" adotado pelo Operador.
O despacho é uma ordem de geração elaborada pelo Operador com base numa modelagem de gestão do sistema elétrico. Estudos da Unicamp indicam que a forma de operação adotada pelo ONS não faz o aproveitamento adequado da energia que pode ser extraída do conjunto de usinas hidrelétricas do País. Ensaios feitos pela universidade demonstraram um ganho adicional de 4% no volume de energia obtida quando comparado com a modelagem da ONS.
Instituído em 1998 pela lei 9.648 e regulamentado pelo decreto 2.655, o Operador Nacional do Sistema tem a missão de garantir ganhos operacionais da produção de energia e assegurar a competição entre as empresas geradoras, na maior parte ainda nas mãos do Estado. O estudo, que será coordenado pelo professor Secundino Soares Filho, será concluído em dez meses.
Conforme informações da Aneel, o programa usado pela ONS para a distribuição de cotas de geração entre as usinas tem uma licença para uso até dezembro deste ano. Caso o estudo prove a ineficiência da modelagem utilizada pelo Operador, a Aneel afirma apenas que, em tese, poderá fazer a mudança.
O software a ser aplicado na avaliação pela Unicamp faz parte de um grupo de programas construídos com base numa nova modelagem matemática. O conjunto de softwares pode gerar, segundo a Unicamp, um ganho de até 10% no Sistema Interligado Nacional.