A economia de energia em Mato Grosso do Sul alcançou 30,4% em julho, primeiro mês em que se pode medir os efeitos de racionamento. A meta era cortar 10% e, como resultado de tanta economia, a Empresa Energética de Mato Grosso do Sul (Enersul) pagou R$ 1,78 milhão em bônus para consumidores residenciais, que tinham consumo de até 100 kwh (quilowatts hora) e não precisavam racionar, mas economizaram. As sobretaxas pagas por quem excedeu somaram R$ 1,37 milhão. Outro resultado do racionamento foi uma redução de 31% no faturamento da Enersul e na mesma proporção no recolhimento do ICMS pelo o governo, que perdeu R$ 3 milhões do imposto.
O diretor-presidente da Enersul, Francisco Luiz Sibut Gomide, disse que ficou surpreso com o resultado da economia de energia. Ele elogiou a atitude dos consumidores, mas não escondeu a tendência de que a própria população acabe arcando com prejuízos causados pelo racionamento à empresa, que perdeu em faturamento. Isso viria com um futuro reajuste de tarifa.
Por setores, o comércio que deveria economizar 10% conseguiu atingir 39,9%. Os consumidores residenciais pouparam 36,78%. Os órgãos públicos, 44,9% e o setor rural 36,5%. A iluminação pública representou uma economia de 29,8%. Já as indústrias tiveram uma participação mais modesta 11,6%, devido à dificuldade de reduzir a produção.
Os excessos foram cometidos por 24,9 mil clientes pouco menos da metade deles do setor residencial, 30% do comércio e mesmo índice do meio rural. A arrecadação de sobretaxa, paga pelos clientes regionais, chegou a R$ 802 mil. O valor cobriu em apenas 44% da despesa com bônus. Outros R$ 900 mil vão sair do tesouro nacional.
Já os consumidores industrias e comerciais pagaram um total de R$ 570,7 mil em sobretaxas. O dinheiro será usado em bônus para os clientes desses mesmo setores que economizaram além da meta, ou seja, 236,9 mil usuários.