O governador do Pará, Almir Gabriel, disse que não aceita o aumento da cota de racionamento no estado, que passaria de 15% para 20%. "Vamos ter que discutir porque o limite do Pará é o limite da geração de emprego", afirmou Gabriel, que chegou há pouco para a reunião no Palácio do Planalto com os governadores de Tocantins e Maranhão e a Câmara de Gestão da Crise de Energia - da qual também participa o presidente Fernando Henrique Cardoso.
O encontro estava marcado para o dia 7 de agosto, mas foi antecipado porque a região não atingiu a economia de energia esperada e também pela rápida queda do nível do reservatório da Usina de Tucuruí (PA). A sugestão de aumentar a meta de economia para 20% é do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), diante da necessidade de manter a transferência de 1.000 MW de Tucuruí para o Nordeste.
O governador do Pará garantiu que o estado alcançará a meta até o final do mês. De acordo com a Secretaria de Infra-Estrutura do Pará, até ontem a redução no consumo foi de 13,66%. Segundo o ONS, nos três estados, a economia foi de apenas 9,7%.
Almir Gabriel também ameaçou diminuir a remessa de energia para o Nordeste, caso o reservatório não mantenha os níveis considerados satisfatórios. "Se o estado produz menos, não é justo mandar os mesmos mil megawatts", afirmou Almir Gabriel. Os três estados teriam que economizar 15% durante o mês de julho, caso contrário, estariam submetidos a um redução de 20% e às mesmas regras de sobretaxas e ameaças de cortes adotadas nas outras regiões.