A Câmara de Gestão da Crise de Energia Elétrica (GCE) se reúne amanhã com os governadores do Pará, Tocantins e Maranhão para fazer um balanço do racionamento de energia na região Norte do país. A expectativa é de que a GCE aumente para 20% a meta de economia nos três Estados, como forma de garantir o repasse da energia produzida na usina hidrelétrica de Tucuruí para os Estados do Nordeste, onde o nível dos reservatórios não vem crescendo substancialmente em razão da forte estiagem. Os demais Estados da região Norte continuam fora do racionamento porque não são ligados diretamente à usina de Tucuruí e, conseqüentemente, não precisam disponibilizar energia para o Nordeste. Geograficamente situado no Nordeste, o Estado do Maranhão foi incluído pela GCE na economia do Norte do país por ser abastecido diretamente pela usina paraense. O índice de economia exigido pela GCE para os três Estados desde o dia 1º de julho é de 15%. Segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), até o dia 17 de julho, os três Estados registraram redução de 9,3% no consumo de energia.
O governador do Pará, Almir Gabriel, garante que até o final do mês o Estado atinge a meta estipulada pela GCE. Segundo ele, até agora o Pará já reduziu em 12% os gastos com energia. "O nosso compromisso era chegar até 31 de julho com 15%, então, do meu ponto de vista, o povo do Pará haverá de continuar colaborando, e a gente chegará aos 15% no final do mês com certeza", disse. Ele não adiantou nenhuma avaliação sobre a possibilidade da meta de consumo da região ser ampliada para 20%, e disse apenas que vai aguardar os números serem ou não apresentados pelo governo para se posicionar sobre a possível mudança.
As regiões Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste já ultrapassaram a meta de 20% exigida pelo governo para o período do racionamento.
No Nordeste, até o último dia 17, a economia foi de 21,6%, enquanto Sudeste e Centro-Oeste reduziram em 22,1% o previsto para o período. A preocupação do governo continua sendo com o nível dos reservatórios, que no Nordeste está em 22,67% e, desde o início do racionamento, registrou um desvio positivo de apenas 0,41% na capacidade de água armazenada. Nos reservatórios do Sudeste, o desvio é pouco superior, na marca de 1,81%, o que mantém a capacidade armazenada da região em 27,61%.