A soma do clima quente e da grande extensão territorial fazem o Brasil ter uma vocação não aproveitada de geração de energia através da biomassa. Essa é a opnião coordenadora do Centro Nacional de Referência em Biomassa (Cenbio). Segundo a pesquisadora, a tecnologia já é utilizada com sucesso nos setores industriais, gerando até 1500 MW de energia.“As barreira são de financiamento e de política adequada para desenvolver o setor”, afirma a pesquisadora Sueni. Segundo ela, o fato do Brasil pesquisar há mais de 20 anos o Programa de Álcool, com uma produção anual de 90 milhões de toneladas de bagaço de cana, podendo gerar um excedente de 4 mil MW, é outra vantagem que o Brasil tem para adotar a biomassa.
Outro aspecto positivo para o Brasil começar a investir na biomassa é o aspecto ambiental. “O custo para a produção de 3 mil MW , é praticamente o mesmo que em uma usina como a nuclear Angra III. Seria viável produzir a mesma quantidade de energia de uma fonte ambientalmente correta, trazendo inúmeras vantagens estratégicas para o país”.
Sueni afirma que existe a possibilidade da USP desenvolver, no campus da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiróz (ESALQ), projetos de demonstração de geração de energia a partir do bagaço de cana. Há também uma proposta de avaliação das condições do lixo (tipo, quantidade) recolhido na Cidade Universitária para a produção de energia. O mesmo acontece com resíduos de efluentes. "Já existem no mercado internacional micro turbinas de pequeno porte (30 kW) para geração de energia a partir do biogás", diz a pesquisadora.