Demissões e greve são o saldo do impacto do racionamento no setor de eletrodomésticos da indústria paulista. Nesta terça-feira, os 400 funcionários da indústria fabricante de refrigeradores e freezers Metalfrio paralisaram as atividades por tempo indeterminado. Eles protestam contra a demissão de 70 empregados realizada pela empresa na última sexta-feira.A greve foi decidida às 7h desta terça feira, em assembléia na porta da empresa. Todo o setor de produção, a área administrativa e os cerca de 40 empregados terceirizados aderiram à paralisação. Segundo o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos, Antônio Raimundo de Souza, a empresa ainda estudava demitir de 60 a 80 funcionários da área administrativa.
A greve tem como objetivo forçar a empresa a negociar uma alternativa às demissões. “A nossa briga é pelos empregos. Vamos tentar negociar uma redução de jornada de trabalho. A empresa poderia trabalhar 44 horas semanais, por exemplo”, afirmou Souza.
A empresa alega que a queda de vendas natural no setor no período de inverno e o impacto do racionamento são responsáveis pela greve. A Metalfrio é uma divisão da B. S. Continental, que hoje deu férias coletivas de dez dias para os funcionários. O Sindicato quer o mesmo tratamento aos funcionários da Metalfrio.
Mais férias - Outra empresa a adotar as férias coletivas foi a Multibras. A empresa, dona da Brastemp e da Cônsul, liberou os cerca de 500 funcionários para férias coletivas à partir de hoje. O objetivo da medida é adequar a produção à crise de energia.
Antônio Raimundo de Souza informou que vai agendar uma reunião com a empresa para analisar como será o período de férias e o retorno dos funcionários ao trabalho. Os motivos da paralisação da produção também são a queda de vendas e o racionamento de energia.