Rio de Janeiro terá bolsa para comercialização de energia
Terça, 10 de julho de 2001, 13h35
O setor industrial do Rio ainda tem uma saída para minimizar os efeitos da crise de energia em sua produção. O grupo de crise energética da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) vai instaurar, na próxima segunda-feira, a Bolsa de Cotas de Energia (BCE), para facilitar a negociação entre as indústrias fluminenses.
Uma pesquisa realizada pela entidade com 300 indústrias do Estado, entre os dias 20 e 29 de junho, revelou que 34% dos entrevistados terão dificuldade em atingir a meta estabelecida pelo governo sem diminuir sua produção. Essas empresas apresentaram crescimento, em torno de 20%, de maio de 2000 em relação ao mesmo mês deste ano. Isso significa que, na prática, precisarão reduzir mais do que a meta de 20% para manter a produção. Em contrapartida, 12% das empresas estão consumindo abaixo da meta estabelecida, sugerindo a existência de um espaço significativo para a negociação de cotas entre empresas, e a BCE será o espaço adequado para que essa potencialidade seja transformada em realidade.
A Firjan vai receber o cadastro das empresas interessadas em negociar suas cotas (40%, segundo a pesquisa) e especificar se sua demanda é de compra ou venda de energia. A partir daí, a Federação se encarregará de estabelecer contato entre elas. O preço da energia e a empresa que será beneficiada será uma escolha feita pelas partes em negociação, sem nenhuma interferência da Firjan. "A pesquisa detectou demanda de compra de 30 mil megawatts mensais, contra uma oferta ainda desconhecida. Apesar da alta procura e da baixa oferta, ainda não sabemos especificar a que valor a energia será negociada, mas acho R$ 150 por MW/h um preço razoável", concluiu o especialista em energia da UFRJ, Adilson de Oliveira.
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