Centrais móveis de energia serão usadas para combater crise
Quinta, 05 de julho de 2001, 18h42
O governo já está contando com a utilização de centrais móveis de geração de energia, como barcaças e caminhões, para diminuir o risco de racionamento em 2002 e recuperar a capacidade armazenada nos reservatórios das usinas hidrelétricas. O coordenador da Câmara de Gestão da Crise de Energia Elétrica (GCE), Pedro Parente, anunciou o cronograma de contratação e funcionamento dessas usinas, que acrescentarão 4 mil MW ao sistema.
Ainda em julho, será publicado o anúncio oficial convocando as empresas interessadas em prestar o serviço a apresentar suas propostas. Em agosto será feito o leilão e em setembro a contratação das vencedoras. O início de operação das usinas móveis está previsto para acontecer entre janeiro e julho do ano que vem. O governo espera que a iniciativa privada compre 3 mil MW para as regiões Sudeste e Centro-Oeste e 1 mil para o Nordeste.
De acordo com Parente, em cada estado será criada uma empresa comercializadora desta energia alternativa, que deverá funcionar por, no máximo, três anos, período de uso das usinas móveis. A equipe gerenciadora do apagão acredita que existem chances reais de não haver corte administrado de energia este ano. E que até 2003, os reservatórios estarão completamente regularizados.
Com entrada em funcionamento das usinas móveis, o governo espera atingir a oferta adicional de 3158 MW, classificada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso como seguro energético. Mas o ministro Pedro Parente admite que o governo ainda não sabe se existem "empresas ofertantes confiáveis dessa energia", e tem apenas um levantamento preliminar desses possíveis integrantes do mercado.