A crise energética brasileira vai afetar o crescimento agregado da economia do país, mas os efeitos serão amenizados por uma redistribuição de expansão entre os setores. A análise é do diretor do Departamento de Relações Econômicas para México e Portugal, da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Marcos Bonturi.Ele participou da apresentação do primeiro estudo econômico da OCDE sobre o Brasil, hoje, na Fundação Getúlio Vargas, Zona Sul do Rio. Bonturi destacou que o crescimento agregado da economia está diretamente ligado à velocidade das reformas do setor energético, à continuidade ou não do problema da seca e, em especial, da resposta das indústrias ao racionamento de energia.
Ainda de acordo com o diretor da OCDE, se a crise energética terminar em novembro, deve ser mantida a previsão do Banco Central sobre o crescimento do Produto Interno Bruto brasileiro, entre 3,5% e 4%. ’Para que as reformas sejam feitas, será preciso criar condições de investimentos privados no setor, com a certeza do cenário de regras e um quadro regulatório de longo prazo’, afirmou.
Apesar de a crise de energia não ter sido citada neste primeiro estudo econômico, a OCDE estima investimentos para o setor da ordem de US$ 4 bilhões e US$ 5 bilhões, a cada três anos.