As centrais sindicais estão fechando as contas e estimam que o número de trabalhadores em férias coletivas por causa de problemas relacionados ao racionamento de energia elétrica pode chegar a 15 mil em todo o País. Um número preocupante para sindicalistas às vésperas do final do primeiro mês de economia. Na base da Força Sindical e da Social Democracia Sindical (SDS) já são mais de 13 mil funcionários parados por períodos que variam de 15 a 60 dias, fora as prorrogações. A esmagadora maioria das empresas afirma que as férias coletivas e licenças remuneradas foram determinadas pelas dificuldades no cumprimento das metas de racionamento, além da queda no faturamento e nas vendas. Quase todas evitam falar em demissões.
Ramiro Pinto, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo (vinculado à Força Sindical), afirmou que as férias coletivas na maioria das empresas foi negociada ou comunicada antecipadamente à entidade. "Sairia muito mais caro para as indústrias terem de demitir de uma vez. A parada temporária é uma saída."
Grandes empresas já tomaram essa medida, como a Volkswagen, a maior montadora de veículos do País. Na unidade de São José dos Pinhais (PR), 2 mil funcionários param os trabalhos por dez dias, deixando de fabricar 4 mil veículos.
Nas unidades de Taubaté e São Bernardo do Campo, ambas em São Paulo, foram suspensos os contratos que permitiriam a trabalhadores receberem horas extras pelo trabalho em três sábados consecutivos.
A Fiat, em Betim (MG), tomou a mesma atitude: são 2,5 mil dos 10 mil funcionários em casa por dez dias, para que a empresa se adeque às metas de racionamento e à estimada queda de 10% na produção e nas vendas.
Na área dos sindicatos vinculados à Central Única dos Trabalhadores (CUT) são poucas as empresas, por enquanto, que anunciaram férias coletivas, e ainda sim a maioria delas não vincula a medida diretamente ao racionamento. A central não soube estimar o número de trabalhadores temporariamente em casa desde o início de junho.