Especialista diz que co-geração de energia é alternativa no médio prazo
Terça, 26 de junho de 2001, 15h27
A co-geração de energia só pode ser considerada como alternativa para os problemas energéticos do País no médio prazo. Essa é a avaliação do presidente da Energy Work, Luis Mendes. De acordo com o executivo, não se pode esperar que a opção pela co-geração - a produção simultânea de dois tipos de energia - resulte em efeitos imediatos na atividade da empresa. "Os equipamentos que possibilitam a co-geração demoram para ser instalados, principalmente com o atual aumento da demanda, já que toda a parte principal das máquinas é importada", afirmou. Motores a gás demoram de 6 a 7 meses para entrar em funcionamento, enquanto turbinas a gás levam de 1 a 2 anos para ser instaladas. Entre as vantagens da co-geração, segundo Mendes, estão a descentralização da produção de energia, a redução de impactos ambientais negativos e a redução dos custos da matriz energética. "A redução direta dos custos da matriz energética é de 5% a 10%, podendo chegar a 15% se eliminados o PIS e a Cofins", disse. O consultor de energia e diretor da Interact, Rafael Herzberg, também vê a co-geração como uma alternativa viável para empresas, diante da crise pela qual passa o setor elétrico brasileiro. "Vale a pena prospectar com clientes para que optem pela co-geração. Acredito que a crise energética durará pelo menos 2 anos, tomando como base os níveis em que estão os reservatórios hoje. Com isso, o preço que o brasileiro paga pela energia elétrica será ainda maior", afirmou Herzberg. Luis Mendes e Rafael Herzberg participaram hoje do seminário "Como preparar sua empresa para enfrentar a nova realidade da energia", na Câmara Americana de Comércio de São Paulo (Amcham-SP).
Fonte : Investnews - Gazeta Mercantil
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