O presidente Fernando Henrique Cardoso viajará nesta próxima terça-feira (26) para a Bolívia com o objetivo de negociar com as autoridades desse país a antecipação, em um ano, de uma cláusula do contrato assinado entre os dois países, o qual prevê a importação, até 2004, de 30 milhões de metros cúbicos/dia de gás natural. O presidente pretende discutir ainda com o governo boliviano a ampliação do volume de gás importado atualmente, de cerca de 8 milhões de metros cúbicos/dia, para 40 milhões de metros cúbicos, num prazo de um ano.
Segundo o chefe da Divisão da América Meridional do Ministério das Relações Exteriores, Fernando Simas Magalhães, a viagem do presidente está intrinsecamente relacionada com a crise de energia elétrica brasileira, cujos efeitos o governo federal pretende minimizar através da agilização da construção de catorze termelétricas alimentadas a gás natural e da adoção de outras medidas de caráter emegencial para o uso de "fontes energéticas limpas e confiáveis".
Por considerar essas negociações importantes, Fernando Henrique cancelou as visitas que faria no final deste mês à Rússia, à Ucrânia e Nova York, trocando-as por La Paz, Santa Cruz de La Sierra e Tarirja. Neste último local, ele irá visitar o campo de produção de gás San Alberto, localizado em Yacuiba, e administrado pela Petrobras. Ao todo, o presidente passará três dias na Bolívia (26, 27 e 28) envolvido nessas negociações e, também, para manter contatos políticos com o presidente Hugo Banzer e outras autoridades locais.