A quase uma semana para o fim do primeiro mês de racionamento energético, a economia fluminense dá os primeiros sinais de desaceleração. Responsável pela atração de indústrias, a Companhia Estadual de Desenvolvimento Industrial (Codin) registra baixa de 40% nas consultas e uma desistência de investimento. No comparativo aos 20 primeiros dias de junho com igual período de maio, a arrecadação de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) no segmento de energia caiu 9,7%.
A pesquisa do Instituto Fecomércio-RJ, nos dez primeiros dias do mês, mostra que 31,84% dos empresários acreditam que o faturamento para este ano será reduzido em 10%. Já os planos de investimentos em expansão ou reforma de lojas foram deixados de lado por 81,74% dos comerciantes.
O diretor-presidente da Codin, Maurício Chacur, argumenta que o principal efeito do contingenciamento na indústria tem sido o prolongamento do cronograma de investimentos. "As empresas não estão desistindo dos projetos, mas estendo seus períodos de execução. Apenas uma companhia, fabricante de vidros, abriu mão da construção de fábrica, de R$ 6 milhões".
O somatório dos projetos programados é de R$ 1,3 bilhão. No acumulado de junho, a arrecadação em distribuição energética foi de R$ 114,5 milhões, contra R$ 126,7 milhões dos primeiros 20 dias de maio. Com participação de 17%, o item é o de segundo maior peso no total arrecadado, superado apenas por telecomunicações.