A crise de energia no Brasil pode fazer uma nova vítima em breve: o bolso do consumidor. Órgãos públicos já sinalizam a possibilidade de um aumento na tarifa de energia em decorrência do Plano Emergencial de Energia, adotado desde o dia 1º de junho. O uso de energia gerada em usinas termelétricas, mais cara do que a gerada em hidroelétricas, também contribui para o possível aumento na conta de energia.O diretor-geral da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), José Mário Abdo, já admitiu a possibilidade. “Haverá um reajuste normal, que consta no contrato de concessão das empresas distribuidoras de energia, mas o impacto do racionamento deve acrescentar um pouco a mais no cálculo”, afirmou.
Segundo Abdo, as concessionárias tiveram gastos com instalação de novos sistemas computacionais, impressão e entrega de cartas com as cotas de consumo e de cartilhas explicando o plano de racionamento, call centers para atendimento ao público entre outros gastos decorrentes da crise de energia, o que justificaria o aumento.
Outro membro do governo que já pensa na possibilidade é o secretário nacional de energia, Afonso Henriques de Moreira Santos. Para o secretário, os custos adicionais em função do racionamento podem ser repassados aos consumidores antes mesmo do reajuste anual da energia. A medida poderia ser decretada por medida provisória ou pela Câmara para Gestão da Crise de Energia, da qual fazem parte Abdo e Moreira Santos. A CGCE já tem o assunto em pauta, mas ainda não tem a data para a discussão.
Usinas termelétricas - Outro fator que pode influenciar o aumento da tarifa é o uso de energia gerada em Usinas Termelétricas, uma das soluções encontradas pelo governo para aumentar a oferta de energia no mercado. O custo para a geração deste tipo de energia e cerca de 4 vezes maior do que o da energia gerada em hidroelétricas. Isso se deve ao uso de gás como combustível para movimentar as turbinas em usinas termelétricas, o que aumenta o gasto da usina. Nas hidroelétricas o movimento das turbinas é acionado pela força das águas, sem gastos adicionais com combustível.
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