As medidas adotadas para evitar um colapso energético no país ainda não incidiram negativamente sobre o resultado da Pesquisa Mensal do Comércio de abril, divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo Nilo Lopes, do Departamento de Comércio e Serviços do Instituto, a queda no volume de vendas de 2,52% em abril, na comparação com igual mês do ano passado, foi puxada principalmente pelo setor de hipermercados e supermercados, que caiu 0,64%. O racionamento vai impactar comércio e indústria a partir da pesquisa de maio.
Apesar do volume de vendas se manter inalterado (-0,72%), a receita nominal continua em ascensão no acumulado do primeiro quadrimestre do ano. Lopes explicou que este resultado foi gerado possivelmente por aumento de preços, que mantém a arrecadação apesar da queda do consumo. O técnico destacou ainda que a instabilidade da economia, principalmente com a alta do dólar, inibe o consumo.
O setor de combustíveis e lubrificantes foi o que sofreu maior redução nas vendas com o aumento dos preços (25,8% entre abril/2000 e abril/2001), registrando uma taxa de -6,64% em abril. O setor contribuiu com -0,81 ponto percentual na composição negativa da taxa geral.
O segmento de móveis e eletrodomésticos foi o único que apresentou taxa positiva de 0,25% de vendas no período, o que evitou queda mais acentuada no índice geral do varejo. Nilo diz que este setor é beneficiado pela taxa de juros básica, que apesar de ter sofrido duas altas neste ano, está abaixo da registrada em abril do ano passado.