Apenas 15% dos hospitais do país possuem geradores próprios
Segunda, 11 de junho de 2001, 16h19
Quem ampliou suas instalações, comprou a duras penas novos equipamentos, treinou profissionais para gerar mais recursos, empregos e impostos, agora está sendo punido. Falta tomada para ligar os equipamentos e quando há as tarifas são absurdas. Foi o que disse Juarez Ortiz, presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia, entidade que representa 8 mil médicos em todo o Brasil.
Segundo ele, se há um setor sensível a tudo isso é o da Saúde, pois dos 6,2 mil hospitais brasileiros apenas 15% tem geradores de energia próprios. "Os que consultaram o mercado para comprar o equipamento constaram que os preços são inacessíveis e que só de impostos o governo continua cobrando mais de 30%", destacou o médico.
O pior da crise, para Juarez Ortiz, "é que ela é globalizada, da pior maneira. A crise energética é apenas uma das faces de um organismo público viciado e doente. Os nossos modelos de saúde, educação, segurança e produção de bens e serviços estão contaminados pela incompetência do governo em administrar e gerenciar o país. Ao mesmo tempo em que, sucateia os serviços públicos de saúde, o governo solta os consumidores-cobaias no coliseu do mercado, dominado pelos leões dos planos e seguros saúde. O brasileiro nunca foi tão desrespeitado", disse.