O consumo de energia elétrica nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste ainda está acima da meta de corte de 20% sobre a eletricidade utilizada, em média, entre os meses de maio, junho e julho de 2000, de acordo com dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). O Operador anunciou que, entre os dias 1º e 7 de junho (primeira semana do programa emergencial de economia), o consumo nas regiões Sudeste e Centro-Oeste foi de 21.634 megawatts (MW) médios. A meta estabelecida pelo operador para que os reservatórios de água dessas regiões chegue a novembro com 12,8% de sua capacidade – nível considerado ideal para a segurança do sistema – é de que o consumo deve se restringir a 20.165 MW médios (número equivalente a 80% da energia gasta entre maio e julho do ano passado). Além disso, há a necessidade que chova até novembro pelo menos 75% da média histórica durante os últimos 70 anos. O desvio entre a média real e a ideal ficou, portanto, em 7,3%.
Para o Nordeste, o consumo nos primeiros sete dias de junho ficou em 4.743 MW médios, 4,7% acima da meta, que era de 4.531 MW médios. O desvio nordestino foi, portanto, menor que o registrado no bloco Sudeste/Centro-Oeste.
Segundo o secretário de Energia do Estado de São Paulo e membro da Câmara de Gestão da Crise de Energia (CGCE), Mauro Arce, o ONS espera que os reservatórios da região Nordeste cheguem a 4,3% da capacidade em 31 de novembro, caso a economia de energia seja mantida no patamar de 20% e chova até aquele mês pelo menos 56% da média histórica da região. Ele esclareceu que esta estimativa de percentual de chuvas leva em conta o pior resultado dos últimos 70 anos.
Arce explicou que a CGCE criou, na quarta-feira, um grupo especial que irá estudar medidas de oferta emergencial de energia para minimizar os efeitos da crise energética.
O secretário disse que o grupo analisa propostas como bombardeamento de nuvens para ampliar o volume (de chuvas), adoção de hidrelétricas embarcadas, geração por submarinos nucleares ou mesmo trens, que poderiam ser adaptadas em regiões mais profundamente afetadas. “A grande preocupação nossa é o Nordeste. A região só tem um rio (o São Francisco), e ele está realmente numa situação muito crítica”, afirma.