Governo pode comprar energia de indústrias eletrointensivas
Terça, 05 de junho de 2001, 21h55
O governo pode comprar a energia das indústrias eletrointensivas - alumínio e cloro, por exemplo - para criar uma reserva de garantia. Segundo o ministro Pedro Parente, coordenador da Câmara de Gestão da Crise de Energia Elétrica (GCE), representantes do setor se reuniram com a GCE e apresentaram essa possibilidade, até agora bem aceita pelo governo. Pela proposta, o governo compraria a energia contratada pelas indústrias eletrointensivas, impedindo que elas produzissem e economizando até 25% da energia gerada pelo país.
A decisão das indústrias de vender sua energia, segundo Parente, dependia da entrada da região Norte no plano de racionamento, o que deve acontecer a partir de 15 de julho. A dependência é porque empresas do setor tem filiais nessa região, o que comprometeria sua produção, já que o racionamento já atinge as regiões Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste.
De acordo com Parente, "em hipótese alguma o governo compraria energia pelo preço do MAE", que este mês atingiu a cotação máxima de R$ 689 por MW/h. Ele adiantou ainda que a compra poderá ser feita em leilões.
Feriado semanal - O ministro de Minas e Energia, José Jorge, disse que o governo ainda não descartou a adoção de um feriado semanal. A medida viria como complementação ao atual plano de racionamento. "É muito melhor que o apagão, não tenho dúvidas", disse.