Professores são barrados na reunião sobre crise de energia
Terça, 05 de junho de 2001, 18h10
Impedidos pela bancada governista de participar da primeira audiência pública da Comissão Mista Especial sobre a crise de energia, professores na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Universidade de São Paulo (USP) aproveitaram a presença da imprensa para fazer as críticas à política de governo. O vice-diretor da Coppe/UFRJ, Luiz Pinguelli Rosa, diz que o governo está apostando na sorte enfrentar a crise. "Vamos torcer para que o plano dê certo, mas há um jogo. Não se sabe qual a reação dos consumidores, nem o regime de chuvas. O grave erro é que continuamos jogando com a sorte e apostando no imprevisto", comentou. Pinguelli culpa a falta de investimentos no setor elétrico pela atual crise. Ele também defende que as distribuidoras invistam na geração de energia e na doação de lâmpadas eficientes, por exemplo. Os professores saíram irritados da audiência pública, depois da decisão do plenário que lhes proibiu a entrada. "É lamentável que o Congresso Nacional tenha promovido a lei do silêncio; o maior escândalo é nos convidar a vir aqui e nos silenciarem", lamentou Pinguelli. Ele acrescentou que acredita na possibilidade da continuação do racionamento em 2002 e 2003. "A probabilidade é muito certa, não há tempo para as obras ficarem prontas", afirmou em relação ao plano de aumento da oferta energética, anunciado hoje pelo governo, com a meta de colocar até 2003 mais 19.670 megawatts no mercado.