Câmara de Energia admite risco de racionamento em 2002 e 2003
Terça, 05 de junho de 2001, 13h58
Integrantes da Câmara de Gestão da Crise Energética admitiram hoje, em Brasília, que existe a possibilidade de o País ter de enfrentar racionamento de energia em 2002 e 2003 - e não apenas este ano, como anteriormente divulgado. O presidente da Operadora Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Mário Santos, afirmou que o risco de novos racionamentos é real e que há necessidade imediata de se retomar investimentos no setor. A ONS é responsável pela geração e distribuição de energia no Brasil.
Chuvas superam expectativas - Apesar do alerta, Santos fez uma análise positiva dos atuais níveis de água nos reservatórios do País. De acordo com ele, o volume de chuvas nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste está superior ao que estava sendo esperado pelo governo, nos quatro primeiros dias de junho. No Nordeste, choveu cerca de 64% da média dos últimos 70 anos - contra estimativas de 56%. Já no Sudeste e Centro-Oeste, o índice pluvial foi o equivalente a 90% da média dos últimos 70 anos - contra expectativas de 75%.
Plano de prevenção para o Sul - Mário Santos prometeu apresentar amanhã, na Câmara de Gestão da Crise de Energia Elétrica, um plano preventivo de racionalização para a região Sul do País, a fim de diminuir o consumo de energia em 7%. Segundo ele, as medidas terão como objetivo eliminar os riscos de redução da transmissão de energia do Sul para o Sudeste, fato que poderia levar o racionamento aos três Estados sulistas. Santos ressaltou que a condição hidrológica do Sul é boa e que análises da ONS descartam escassez de energia na região. Santos fez suas declarações no início da tarde de hoje, ao final da audiência pública da Comissão de Infra-Estrutura do Senado, que debatia a crise de energia.