Governadores do Nordeste não aceitam aumento de cota de racionamento
Quinta, 31 de maio de 2001, 19h53
Os governadores dos estados do Nordeste não vão aceitar o aumento do percentual de economia de 20% para 30%, como foi anunciado ontem pelo ministro da crise energética, Pedro Parente. Os governadores comunicaram hoje de manhã, ao ministro do Desenvolvimento Agrário, Raul Jungmann, que a região não pode ser prejudicada e pagar um preço mais alto. Todos concordam que deve haver uma distribuição de energia pois "atualmente, o sistema nacional é interligado", como enfatizou o governador da Paraíba, José Maranhão (PMDB). "Se a ameaça se concretizar, será por discriminação e preconceito", denunciou.
O governador de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos (PMDB), disse ter conversado com Parente e foi informado que a região ainda não alcançou o nível de economia necessário para que não haja apagões. Segundo ele, os governos e a população devem fazer o necessário para evitar o mal maior, admitindo até a antecipação do horário de verão. "Se isso não acontecer, todos serão prejudicados, pois os investidores desistirão de aplicações aqui", afirmou.
Para o governador do Ceará, Tasso Jereissati (PSDB), os problemas da região estão diagnosticados há várias décadas e as soluções são do conhecimento de todos, restando apenas a decisão para encontrá-las. Ele anunciou que cerca de 60% da produção dos municípios atingidos estão prejudicados. O governador da Bahia, César Borges (PFL), disse não aceitar a decisão e exigiu a execução de um Plano Decenal de Recursos Hídricos. "Não podemos conviver com soluções paliativas", reclamou, exigindo mais recursos do governo federal.