Os analistas de mercado financeiro já estão chamando o racionamento de bug do milênio. Primeiro, a comparação óbvia. Assim como no caso dos computadores - que ficaram ameaçados de entrar em pane porque diversos sistemas registravam o ano com apenas dois dígitos (98 em lugar de 1998), podendo se confundir com a passagem de 1999 para 2000, o que comprometeria a estrutura e operação de todo o mundo - os cortes de energia e sobretaxas de consumo devem causar distúrbios semelhantes em indústrias, comércio, cidades, estados, enfim, em todo o país.
A ameaça do bug do ano 2000 consumiu entre R$ 10 bilhões e R$ 12 bilhões do país, segundo estimativa do governo federal. O custo do racionamento, no entanto, ainda não foi estimado o que está deixando o mercado de "cabelo em pé" pois, como vive de antecipação de cenários, não está encontrando no próprio governo as respostas das perguntas mais proferidas nas últimas semanas. Qual será o verdadeiro impacto do racionamento nas empresas? Como os investidores reagirão a isso? Como ficarão as projeções das empresas?
Por conta dessas e de outras dúvidas, o analista Júlio Guimarães, da Exata, destaca, que o mercado continua sem saber como definir seus caminhos.
"O discurso de Antonio Carlos Magalhães, ontem, animou o mercado porque o ex-senador se absteve de comprometer o presidente Fernando Henrique em suas acusações, o que é ótimo para o mercado. A Bolsa (Bovespa) respondeu bem, mas o dólar continua subindo tanto nos mercados à vista e futuros", disse.