O secretário do Tesouro Nacional, Fábio Barbosa, garantiu que não há, por enquanto, qualquer revisão programada no Orçamento da União no segundo semestre deste ano, em função dos reflexos do racionamento de energia elétrica sobre a economia."Vamos acompanhar a evolução do quadro para tomar uma decisão". Barbosa também assegurou que não haverá mudança na meta de superávit para o setor público consolidado, estabelecida na Lei das Diretrizes Orçamentária, que é de 3% do Produto Interno Bruto. "Temos que ter uma política fiscal que seja sempre sólida", afirmou.
Fábio Barbosa, entretanto, reconheceu que a composição do superávit poderá ser mudada. A previsão para o Governo Central este ano é de um superávit de R$ 23,3 bilhões. E, para as empresas estatais federais, de R$ 6,1 bilhões. "Pode haver uma realocação dentro dos gastos do setor público, o que não é possível mudar a meta fiscal estabelecida para o consolidado do setor público", disse.
O secretário afirmou que a arrecadação do Tesouro no mÊs de maio está em linha com as expectativas do governo, não refletindo ainda os problemas que vem sendo enfrentados pela economia. "Algum impacto poderá vir, sem dúvida, mas no mês de maio não se reflete em nada".
Fábio Barbosa rebateu as acusações que a crise do setor energético seria conseqüência do ajuste fiscal imposto pela equipe econômica. "Manifesto a minha profunda discordância deste ponto de vista", desabafou.