Eutrofização da Lagoa de Araruama

No verão é comum as lagoas e lagos do mundo todo apresentarem alto grau de algas cianofíceas, deixando a água com um tom verde lindo. No entanto, atrás da beleza esconde-se um grande desequilíbrio ecológico, perigoso para o ecossistema. "É um processo de eutrofização da água", afirma Modesto Guedes Ferreira Junior, professor do curso de Engenharia Ambiental da Estácio de Sá, do Rio de Janeiro.

Foi o que ocorreu a partir do final dos anos 1990 na Lagoa de Araruama, no norte do Estado do Rio de Janeiro. Segundo o especialista, esse processo, também encontrado em outros sistemas aquáticos pelo mundo, como o Mar Cáspio, é agravado pela ação humana, mais intensa nos meses de calor.

Devido aos resíduos domésticos despejados na lagoa desde a década de 1960, as concentrações de amônia e compostos de nitrogênio e fósforo nas águas provocaram o desenvolvimento desordenado de algas. Esse aumento da biomassa leva a uma diminuição do oxigênio dissolvido, provocando a morte e consequente decomposição de muitos organismos, diminuindo a qualidade da água e eventualmente a alteração profunda do ecossistema. A consequência mais visível é a alta proliferação das algas nesses ambientes.

Foto: Mario Passos/Divulgação