A recuperação
de adolescentes infratores, em especial quando se
envolve a privação de liberdade, ainda
é o maior ponto fraco da aplicação
do Estatuto. Uma das áreas mais polêmicas
da legislação infanto-juvenil, ela é,
em muitos Estados, desrespeitada e mal interpretada.
Segundo o Unicef, não há, no Brasil,
instituição alguma que possa ser apontada
como modelo ideal de recuperação de
jovens.
As maiores
cidades brasileiras vivem tendo problemas com seus
adolescentes. A Febem, em São Paulo, é
famosa nacionalmente. E não como um bom exemplo.
Denunciada pela Anistia Internacional como centro
de tortura sistemática, só esse ano
a Febem foi palco de dezenas de rebeliões e
centenas de fugas. Entidades afirmam que muitos
dos jovens são tratados como presos adultos,
amontoados, sem acompanhamento. Como nas cadeias,
eles têm suas leis, tatuagens, linguagem e gangues.
Quem já
tentou pôr o Estatuto da Criança e do
Adolescente em prática, no entanto, comemora
os resultados. O Estatuto prevê advertência,
obrigação de reparar o dano, prestação
de serviços à comunidade, semi-liberdade
e liberdade assistida antes da internação.
Por isso, segundo quem aplica corretamente o Estatuto,
essa última só deve ser usada realmente
para casos graves e de reincidência.
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