A Lua pode esperar

Mais recentemente, com o programa Constellation, a Nasa planejava o retorno do homem à Lua até 2020. Em fevereiro de 2009, entretanto, Barack Obama tolheu esses anseios, declarando o fim do projeto e afirmando que um futuro plano de exploração do espaço deveria ocorrer de maneira semelhante à concepção da Estação Espacial Internacional, e não ao programa Apollo. O anúncio gerou críticas públicas de ex-astronautas e pioneiros, como Jim Lovell (comandante da missão Apollo 13, que falhou) e Eugene Cernan (último homem a pisar na Lua).

Annibal Hetem, professor e pesquisador da Universidade Federal do ABC na área de Propulsão Aeroespacial, vê o novo panorama com naturalidade. "A Nasa é um órgão de desenvolvimento e pesquisa, cuja função é fomentar a busca de novos horizontes. Logo, tem um perfil acadêmico. Atualmente, as tecnologias da área espacial já são bem conhecidas e difundidas. Portanto, os dispositivos, equipamentos e veículos podem passar para a iniciativa privada, como ocorre hoje em dia", pontua.

Esse passou a ser o tom do discurso de Obama, que, ainda em 2010, apresentou sua nova política espacial, apostando na importância das empresas privadas na exploração espacial. Um exemplo disso foi o lançamento, neste ano, da Falcon 9, a aeronave não tripulada da SpaceX, que se tornou a primeira companhia privada a enviar seu aparelho com sucesso à ISS.

foto: AFP