The Wall Live
2010/2012

Roger Waters trouxe de volta aos palcos a turnê do disco 'The Wall' em 2010, após ter ressuscitado, três anos antes, o show do também sucesso do Pink Floyd 'The Dark Side of the Moon'. A ideia de resgatar as canções e a teatralidade com a qual o álbum foi concebido vem do fato de sua temática ser vista por ele como perfeita para metaforizar problemas atuais e, principalmente, porque só a tecnologia atual daria viabilidade para o tour ser feito.

O músico explicou que temas mais profundos, como nacionalismo, racismo, sexismo, religião, entre outros, seriam perfeitos para serem apresentados usando como pano de fundo a história de Pink.

"Todas estas questões e 'ismos' são movidos pelos mesmos medos que moveram minha vida quando jovem", escreveu Waters a respeito da nova turnê em seu site oficial. "Esta nova produção de 'The Wall' é uma tentativa de estabelecer algumas comparações para iluminar nossa situação atual e é dedicado a todos os inocentes perdidos nos anos seguintes".

O ex-Pink Floyd fala especialmente de soldados mortos em guerras, algo especialmente abordado no show, que, no muro, exibe fotos de vítimas enviadas por seus familiares ao músico para deixar clara a metáfora. "Eu acredito que nós temos pelo menos uma chance de aspirar por algo melhor do que nossa resposta atual para o nosso medo institucionalizado do outro. Eu sinto que é minha responsabilidade como artista expressar o meu, embora vigiado, otimismo e incentivar outros a fazerem o mesmo. Para citar o grande homem, 'você pode dizer que sou um sonhador, mas eu não sou o único'", escreveu.

Outro motivo para reerguer o muro ao vivo é o próprio avanço da tecnologia. Como Waters tem dito em entrevistas nos dois últimos anos, em 1979 seria impossível fazer uma turnê nos moldes da atual. Na ocasião, o volume de equipamentos e cenários de palco não poderia ser montado com a mesma agilidade dos dias de hoje.

Só para exemplificar as dificuldades, os gastos com a montagem do primeiro show do disco, em Los Angeles, em fevereiro de 1980, superaram a marca de US$ 1,5 milhão - valor que, com a inflação, equivaleria a mais de US$ 5 milhões nos dias atuais. Na época, o jornal 'The New York Times' escreveu: "o show de 'The Wall' é a referência a ser usada pelas bandas de rock em seus shows futuramente".

Há também o fato de que, no final da década de 1970, o conceito de mega-espetáculo de rock ainda engatinhava. Bandas como Kiss foram responsáveis por introduzir efeitos pirotécnicos nunca antes vistos no palco; 'The Wall', no entanto, foi muito além disso.

No Brasil, 'The Wall Live' visitará três cidades: Porto Alegre, no dia 25 de março, no estádio Beira-Rio; Rio de Janeiro, em 29 de março, no Engenhão; e São Paulo, nos dias 1 e 3 de abril, no Morumbi; boa parte dos ingressos estão esgotados.