Uma vez apresentada a decodificação do genoma humano, inicia uma outra batalha: definir a propriedade do novo conhecimento. Centenas de empresas privadas tentam fazer com que suas descobertas gozem de proteção por 20 anos, com a esperança de obter participação nos produtos médicos e nos tratamentos de terapia genética que deles resultem.Uma vez patenteado, um centro de pesquisa que queira trabalhar com um gene protegido tem de pagar primeiro os direitos de exploração ou os de patente, o que pode retardar pesquisas cruciais e complicar recursos para as provas de diagnóstico de enfermidades genéticas.
Preocupados com isso, o presidente norte-americano, Bill Clinton, e o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, fizeram em março um apelo para que o mapa do genoma humano seja considerado patrimônio da humanidade e que seus dados possam ser acessados livremente por cientistas de todo o planeta.
A Celera Genomics decidiu que divulgará para o público, no outono do hemisfério norte (equivalente a nossa primavera) o seu mapa do genoma humano. Até lá, terão acesso apenas os assinantes do serviço da empresa. A estratégia comercial da empresa é lucrar (e recuperar os investimentos) com a venda da interpretação da seqüência para pesquisadores e empresas farmacêuticas.
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