Um grupo de militares venezuelanos da ativa criou uma organização para enfrentar o governo e tentar obter, por via pacífica, a renúncia do presidente Hugo Chávez. Em um caso sem precedentes, os militares decidiram participar abertamente da vida política do país criando a Junta Patriótica Venezuelana, uma organização opositora. A existência do grupo opositor foi denunciada nesta segunda-feira pelo presidente da Frente Institucional Militar, o vice-almirante reformado Rafael Huizi Clavier, que apresentou à imprensa um vídeo do porta-voz da organização opositora, o capitão da Guarda Nacional Luis Gerardo García Morales. No vídeo, García diz que "os sabres estão tinindo... o movimento patriótico venezuelano acendeu suas luzes, e vamos conseguir a liberdade absoluta e a paz total no Estado venezuelano." Referindo-se às origens do movimento, o militar opositor diz que a Junta Patriótica Venezuelana se consolidou há seis meses, com o objetivo de buscar a renúncia de Chávez "por vias pacíficas".
No vídeo, o porta-voz militar acusa o presidente venezuelano de estar "acabando com o país" ao limitar a liberdade de expressão, lançar ataques ao clero e provocar a deterioração das condições de vida dos venezuelanos. Por tais razões, a organização ameaça agora convocar a desobediência civil, mas, segundo ele, descarta a possibilidade de um golpe de Estado.