O governo da Argentina apresentou apelação nesta segunda-feira (26) contra uma decisão judicial que suspende os cortes salariais de servidores públicos, disse um porta-voz do tribunal. Na última quinta-feira, um juiz aceitou uma petição apresentada pelos sindicatos e ordenou que o governo suspendesse as reduções salariais, que somam US$ 590 milhões, enquanto considerava se eram constitucionais. O governo, no entanto, disse logo em seguida que apelaria da decisão - o que automaticamente lhe permite seguir com seu plano e fazer as reduções nos contracheques em junho. O governo disse que iria à Suprema Corte, se necessário, para assegurar a manutenção dos cortes. A Suprema Corte já emitiu uma decisão a favor da medida e deve apoiar o governo mais uma vez, se preciso.
No mês passado, o presidente argentino Fernando De la Rua decretou cortes de 12 a 15% nos salários dos servidores públicos com vencimentos superiores que mil dólares por mês. A economia de US$ 590 milhões faz parte de um pacote de cortes para alcançar a meta de déficit orçamentário acertada com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
O Senado, que é controlado pelo partido Peronista (de oposição), também aprovou uma lei para reverter os cortes. Mas o partido governista Aliança deve ter poucos problemas em não deixar que a lei seja aprovada no Congresso.