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Gravidez e Filhos
 
Gravidez após os 35 anos aumenta riscos para a saúde da mulher

As mulheres que deixam para engravidar após os 35 anos correm um risco maior de desenvolver problemas de saúde ao longo da vida do que aquelas que ficam grávidas mais cedo, segundo os resultados de um trabalho recente.

"O estudo indica que pode haver alguns riscos de saúde significativos associados à gestação tardia", disse Angelo Alonzo, professor assistente de sociologia e chefe da equipe da Universidade Estadual de Ohio, em Columbus, à Reuters Health.

Os médicos já haviam observado que as mulheres que engravidam com mais de 35 anos apresentam probabilidade maior de ter complicações que podem afetar tanto elas quanto os bebês. No entanto, Alonzo estava interessado em investigar a possibilidade de a gestação tardia causar a longo prazo efeitos prejudiciais à saúde dessas mães, isto é, quando elas atingem a meia-idade.

"As mulheres estão atrasando a gravidez por razões educacionais e profissionais, e a medicina pode atender essas pacientes. Porém, não temos dedicado atenção à possibilidade de esse atraso provocar consequências", afirmou o pesquisador.

O cientista analisou dados coletados entre 1988 e 1994 pela III Pesquisa para Exame da Nutrição e da Saúde Nacional (National Health and Nutrition Examination Survey III), amostra nacional de dados sobre a situação de saúde dos norte-americanos. Alonzo examinou duas dúzias de indicadores de saúde de longo prazo de mais de 6 mil mães.

As mulheres foram classificadas em três grupos: as que tiveram todos os filhos antes dos 35 anos, aquelas que deram à luz bebês antes e depois dos 35 anos, e ainda as mães que tiveram a primeira criança após essa idade. Os resultados foram publicados na edição de janeiro/fevereiro da revista Women's Health Issues. Apesar da aparente tendência de postergar a gravidez, 84% das mulheres completaram a fase reprodutiva por volta dos 35 anos. Apenas 14% continuaram a ter bebês após essa idade, e somente 2% deram à luz o primeiro filho depois dos 35 anos.

Mulheres com mais de 50 anos que tiveram bebê após os 35 apresentaram uma taxa um pouco mais elevada de várias decorrências negativas, como enfarte, fatores de risco para hipertensão e diabete, além de problemas odontológicos e oftalmológicos. Ainda que essas pacientes tenham relatado apresentar condições de saúde tão boas quanto as informadas por aquelas que deram à luz mais cedo, os médicos das mães que engravidaram com mais idade apresentaram propensão maior a classificar a saúde dessas mulheres como um pouco pior.

As mulheres que tiveram gestação tardia também apresentaram alguns resultados positivos, como melhora nos níveis de colesterol, aumento da densidade óssea, menos infecções de bexiga e menos problemas auditivos.

Alonzo observou que esses dados podem ter distorção pelo fato de apenas as mulheres com uma condição de saúde melhor pensarem em - ou serem capazes de - engravidar após os 35 anos, enquanto aquelas com saúde pior preferem evitar a gestação tardia ou não conseguem ficar grávidas.

O pesquisador concluiu que são necessárias mais pesquisas para avaliar os efeitos a longo prazo que o adiamento da gestação acarreta para as mulheres. Apesar disso, os resultados já obtidos sugerem que devem ser considerados alguns possíveis efeitos adversos para a saúde.

"Os mais significativos são os relacionados à doença cardiovascular", explicou o pesquisador. "Se uma mulher tem uma história de doença cardíaca ou de diabete, ela pode querer pensar melhor ou consultar um médico sobre o que deve fazer."

Reuters

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